quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Minha Maior Poesia

Sem muito a dizer,
Digo que se um dia eu tiver que escolher
Entre ser um grande Poeta ou pra sempre te ter,
Escolherei a ti,
Pois tu és Minha Maior Poesia.



Romerito Florencio.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Coisas do SERTÃO

Viajei pelo sertão bem no meio da madrugada,
Uma paisagem escura em que eu imaginava,
Que tudo era galho seco, folha verde ou até um mar de água.
 
Na viagem que tardava, mas depois amanhecia
Ouvi do galo a cantoria pro sertanejo acordar,
Uma zuada de galinha, um latido de cadela
Bode berrando no pé da serra e os cabritos a pular
 
Um bocejo bem bocejado do leiteiro no curral
Patrão chegando de rural, pegando leite pra vender
Mãe acordando menino, cuscuz pronto pra comer
O pai ta no roçado num dia cheio de trabalho antes do entardecer.
 
O sol também acorda e começa a trabalhar
Esquenta logo o chão do bebo na frente do bar
Lata d'água no rosto cuide de se alevantar
Desculpe dona Maria, mas me veja uma quartinha
 
Menino fardado no branco e azul indo à escola
De um lado o caderno do outro lado uma bola
O cachorro que acompanha até a porta do lugar
Vai pra casa correndo e volta antes do sino tocar
 
Maria que grita: me traga uma galinha pra mode tratar
Água já ta no fogo, vem logo pra lenha não acabar
Um galhinho de trapiá, mangangá e pé de milho
Um pilão bem antigo pro café triturar
 
Uma radiola chiando, uma máquina de costurar
Um retrato na parede, um tamborete, uma rede
Pro sertanejo se deitar.
 
Chapéu de palha, pode d'água, alpercata,
Porta de cortina, fumo de cachimbo, coador
Peneira, funil, espelho trincado e ralador
Uma estatua de Padim Ciço e um chazinho pra curar da dor.
 
Um terço bem grande, um ferrolho enferrujado
Um sapato descolado e a espingarda do caçador,
Um regador servindo de jarro flor
Uma picada bem dada de maribondo, um doutor e um rezador
 
Panela de barro cozinhando o feijão,
Um charque bem gorda da cara do sertão
Fogão de tijolo e a parede destijolada
Uma vassoura de piaçava, um animal de estimação
E tudo isso tem o cheiro de um lugar que passei ligeiro chamado SERTÃO

quinta-feira, 30 de junho de 2011

MATUTO NA CAPITÁ (Cordel)

Sou um matuto desenrolado vim do interior de Pernambuco
Mas cheguei aqui e passei vergonha, chamei água de côco de suco
Era cada frase desmantelada meu cumpade achava um absurdo
E quando ele não entendia eu achava que ele é que era o burro


Chegando na praia olhei um açude que não tinha fundo
Botei a mão na cabeça e disse valei-me é o fim do mundo
Se esse açude estourar o bicho vai pegar
Eu nem sei anadar e nem da tempo de rezar

Meu cumpade me procurou e cadê me achar
Só faltava olhar pra cima pra mode me encontrar
Foi quando me viu atrepado no pé de côco gritando pra todo povo
Daqui ninguém me tira e nem me atrevo a se soltar

Nessa hora deu um vento que vinha virado pra me derrubar
Caí lá de riba quase chegando a desmaiar
Meu cumpade disse ta morto!
Eu disse vaso ruim é difícil de quebrar

Ele disse Ciço que danado tu aprontô,
Tu é matuto e não macaco vou ali chamar o dotô
Foi quando eu disse que não carece que ia fazer uma prece pra escapar daquela dor.

Sai num aperreio passei na frente de um carro,
Chico se assustô e foi logo me puxando pelo braço
Me chamou de desmantelado
Disse que era pra eu ter cuidado pra não morrer atropelado

Eu nem sabia que o danado matava, pois nunca tinha saído do meu roçado
Quando o carro passou chamei o homem de caba safado
Aí o caba deu ré no carro, cumpade torou logo aço
Olhou pra mim e disse agora nós tamo aprumado

Chegou perguntando se era com ele mesmo o que eu tinha dito
Chico meu cumpade disconversou disse que não tinha sido
Convidou ele até pra almoçar com mão no ombro chamando de amigo.

Botei a mão na peixeira que sempre trazia comigo
Disse que tinha sido com ele mesmo o caba safado que eu tinha dito
Aí olhei pro home com um olhar destemido ele começou a gaguejar e devagar ia se saindo
Eu disse daqui ocê não escapa sem antes eu metê-la faca ou eu não me chamo Ciço


Nessas alturas já tava chei de gente pra saber do acontecido
Mandei tudim ir simbora que eu já tava era mordido
Ai chegou um gaiato dizendo que do homem era primo
Eu disse então vai os dois pra faca, pois não tem conversa comigo

A confusão tava feita, o barraco foi armado
Cumpade com a mão na cabeça dizia to pagando meus pecados
Disse cumpade deixe de frouxura pra eu não ficar mais aperriado

A policia vendo aquilo começou a se aproximar
Olhei pra Chico e disse volte a tratar de rezar
O bicho agora pegou cumpade vamo tudo apanhar

A policia chegou bem no meio da confusão
Deu logo um tiro pra cima que atingiu a fiação
Era cada pipoco de bomba misturado com trovão
Saiu todo mundo correndo não ficou nenhum cristão

Quando parei de correr já tava no 5° quarteirão
Cumpade disse pode me levar pro cemitério que vou morrer do coração
Disse cumpade tu só parte dessa vida quando tiver tudo em paz
Segura a tuas botas que vou resolver a história com aquele rapaz

Chico se interviu na conversa e o home assustado aceitou o convite do almoço do cumpade
Eu disse que se tivesse me matado eu tinha lhe partido na metade
Ai ele disse pode ficar tranqüilo que agora ocês são meu amigo e não existe farsidade

Me levou num restaurante chinês algo totalmente desconhecido
Eu disse isso é negoço de Marica me perdoe meu amigo
Nessa hora entrou um gringo e ele foi logo olhando e sorrindo
Disse vou no banheiro e volta já sai foi fugindo.

Fui no cumpade e disse que tinha sido bom lhe visitá
Mas o roçado me espera tenho logo que vortá
Aqui o troço é meio diferente você vá me perdoar
Sou matuto de raiz, lá é que é meu lugar


O cumpade perguntô se eu não queria com ele morar
Eu disse que não carecia pois eu ia incomodar
Ia viver nos pés de côco com medo do açude estourar
E assim foi história de quando eu uma matuto de pernambuco inventei de conhecer a capitá!

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Sentimento Verdadeiro

O mar, uma bancada de areia, um lago, os sentimentos que se intrelaçam numa perfeita harmonia.
A correnteza levava da alma as impurezas, as dores e tristezas para enchê-la de alegrias.
Uma bela chuva de sol, uma barraca e uma natureza peculiar.
De repente agora é como se eu acordara de um sonho, fechei os olhos na tentativa de voltar, tristeza e alegria por ter vivido mas, agora não poder estar mais lá. Vou construir um sonho no sonho de ontem e viver nele a alegria daquele lugar.
Sorrisos sinceros, afetos, benevolência ininterrupto, amigos jurados pra sempre nos olhares mais puro.
Um belo dia de sol em que a chuva também nos contemplou dando o ar de sua graça, mostrando que por mais diferente que sejamos acabamos nos encontrando e a felicidade de estar ali simplesmente não disfarçamos.
Amigos de verdade ligados por um sentimento de até quando eu ainda nem existia, digo com esta certeza  pelas nossas sintonias, dividimos lágrimas, dividimos alegrias.
Amigos de verdade, amigos que quero estar perto todos os dias.

quinta-feira, 10 de março de 2011

O segredo do Carnaval

Acabou o carnaval ela falava,
agora só ano que vem,
como passou rápido dizia ela,
e ela vive pra ele?
Não entendia nada por mais que pensava que entendia,
sei que adorei sua companhia.
Voltei e comigo a nostalgia mas, também a esperança de que passem logo esses 40 dias.
Só não quero atropelar nada, quero viver bem cada dia.
A companheira agora voltou a ser a saudade mas, não pensem mau dela,
ela até me ajuda a compreender o quanto amo quem deixei,
deixei com um beijo de volto logo, com as lágrimas de quem não queria ir, mas, deixei.
Não sei se foi coragem ou loucura de mais sair na frente e ainda olhar pra trás,
ver seu último aceno, seu sorriso ficar pequeno mas, o amor é tão grande chega a ser estupendo,
vou morrendo, vou vivendo, vou no desejo de voltar.
Não leve a mal quando alguém disser que amou o carnaval,
na verdade amamos quem nele encontramos.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O segredo

Pensava, pensava, pensava no que não queria pensar e sofria.
Sofria a dor da perda.
Chama!
Ele não vem.
Sofria, sofria a dor de esquecer esse alguém.
Amava, como nunca amou ninguém.
Mas, se esse amor me faz sofrer não é amor, não pode ser.
Vou esquecer.
Amor recíproco nunca conheci, tentei e errei.
Mas não vou procurar, ele é quem vai me encontrar.
Vou te contar um segredo.
Esse é o segredo de amar!

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Histórias de avó

Cheiro do café quente no bule, panela que assovia marcando a hora pra comida não queimar,
o leite de vaca como antigamente, pão e manteiga de garrafa, e um jantar com cheiro do sítio da família.
O sítio dos milhos colhidos no São João, da brasa da fogueira às 5 da manhã, das carreiras no terreiro o dia inteiro, da gritaria das crianças a brincar.
Vivi uma infancia que não era minha, infancia agora na lembrança que foi de minha avó, da época  que computador não existia, da época que as histórias não eram novelas, eram folhetos de poesia.
Tenho saudade da infancia dela, dos momentos que eu nem vivi, mas que tenho guardado na memória tantas histórias que ela contava pra eu dormi, histórias que escutei milhões de vezes, que ainda escuto sabendo o final, ai só faço sorrir.
História da pedra mimosa e ditosa, do pássaro assustador, história do pavão misterioso, que eu escutava e dava gosto, e quando acabava eu não satisfeito pedia de novo.
Ria do sorriso dela, e quando me contava as histórias via sua satisfação, pois vivia tudo de novo, revivia tudo com emoção.
Os cabelos estão mais brancos, as capas dos livros cobertos de pó, o livro que ela nem pega mais, pois já sabe as hitórias de có, história que eu nunca me esqueço, histórias de minha avó.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Assim é ela

Ela sempre sorri, só não sei como consegue.
Vive acertando os erros, e sempre ainda se atreve.
Vive no mundo da interrogação, onde nem o coração decide o caminho dela.
As horas passam, os dias correm e ela parada está, parada e sempre sorrindo.
Desajeitada, toda menina, esperta no ataque, na defesa nunca foi tímida. Menina de salto e vestido, das que nuncam pedem a rima.
Quando passa ele olha, se ela percebe ele disfarça, olha o espelho, arruma o cabelo pra nunca perder a graça. Ele nunca ameaça, espera tentando ser paciente sua exclamação, o mundo que ela vive eu já disse é o mundo da interrogação.
 Ele fica bravo, ela finge que fica, quando ela olha o desarma deixado-o todo sem graça.
Sorriso de canto de boca, chamas e brilhos no olhar, quem errou não importa o que importa agora é amar.
Quando longe sentem saudades, inexplicáveis a ele e a ela, mas se juntos irão ficar isso só quem pode afirmar é o pobre coração dela. Assim é ela.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Entre Amigos

Simples assim,
Em um dia que o céu chorava tentando lavar as lágrimas que derramei no dia anterior e eu não sabia mais o que fazer pra ele entender que as lágrimas que derramei as últimas usei para lavar as primeiras.
Simples como estar sentado num banco improvisado debaixo de um velho telhado nos fundos da casa do amigo que está ao meu lado. Com o violão em seu colo cantava, e eu pensava, e eu ainda escrevia o que pensava, mas quando não gostava simples assim eu rasgava, não desistia, rasgava e logo recomeçava.
O violão agora se calou, mas sua voz continuou, eu simples assim parei e o escutei e ele sem dizer entendi o que sentia, por trás da fumaça ele gritava, gritava que existia. Como era difícil escutar a verdade, pois sem medir as palavras ela simples assim o dizia.
Agora eu não mais escrevia agora eu lia, ele parou de cantar, só olhava e ria, aceitava a verdade, mas não a entendia, entender pra que? Se for pra morrer que seja outro dia.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

A arte da imaginação

Abri os olhos e lá estava o pianista, não sei como, mas ele conseguia não se perder em meio aquelas inúmeras teclas brancas e pretas que compunham o seu mais precioso bem.
Estava ele com um traje que era a perfeita combinação com o instrumento, hora chegava ate confundir com um só, não sou louco, a verdade é que não pareciam ser dois.
Hora ele tocava com sutileza, tranquilo, e o seu rosto me passava isto, outrora se agitava, tocava com força, também pude ler isto em seu semblante, como numa infinita viajem um solitário viajante. Mesmo quando não parecia tocava com o coração, me atrevi e coloquei a letra em sua melodia, a chamei de minha canção, e assim vou me tornando compositor, em parceria com a lua, o mar, o sol, o ar, o que se cruza em minha vista, também roubando daqui e dali os solos do pianista, nesse mundo tão esperto, temos que ser artista.
Foi simplesmente isto, um sono leve e tranquilo, de uma noite que seria agitada ao som dos sapos e dos grilos que minha mente transformou daquilo o piano e o pianista, na vida mesmo sem querer temos que ser O artista.

A dona do amor

A saudade mau deixou a despedida acontecer e já me puxou pelo braço, ciumenta como sempre,
nem deu tempo de falar no futuro, a madrugada já chegara.
Trouxe o delicado toque dos seus lábios nos meus de lembrança, mas não sei por quanto tempo ainda conseguirei senti-los, não sei por quanto tempo sentirei o seu perfume em mistura com o meu, não sei se ainda consigo sentir o soar do seu sorriso meio desajeitado de menina em meu ouvido.Não sei. E o não saber me da um vazio, ai me lembro da saudade e me rendo, peço que não me deixe, assim, pelo menos não estarei só. Como pude falar isso? Será que sou infiel a ela? Hora estou com ela, hora estou com a saudade, são sempre as duas em minha vida! Não me confunda, por favor! Meu Deus, chega de confusão, está claro! Falando baixinho pois a saudade está comigo agora e não quero magoá-la, não é dela meu amor, a dona do meu amor é a outra.