quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Entre Amigos

Simples assim,
Em um dia que o céu chorava tentando lavar as lágrimas que derramei no dia anterior e eu não sabia mais o que fazer pra ele entender que as lágrimas que derramei as últimas usei para lavar as primeiras.
Simples como estar sentado num banco improvisado debaixo de um velho telhado nos fundos da casa do amigo que está ao meu lado. Com o violão em seu colo cantava, e eu pensava, e eu ainda escrevia o que pensava, mas quando não gostava simples assim eu rasgava, não desistia, rasgava e logo recomeçava.
O violão agora se calou, mas sua voz continuou, eu simples assim parei e o escutei e ele sem dizer entendi o que sentia, por trás da fumaça ele gritava, gritava que existia. Como era difícil escutar a verdade, pois sem medir as palavras ela simples assim o dizia.
Agora eu não mais escrevia agora eu lia, ele parou de cantar, só olhava e ria, aceitava a verdade, mas não a entendia, entender pra que? Se for pra morrer que seja outro dia.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

A arte da imaginação

Abri os olhos e lá estava o pianista, não sei como, mas ele conseguia não se perder em meio aquelas inúmeras teclas brancas e pretas que compunham o seu mais precioso bem.
Estava ele com um traje que era a perfeita combinação com o instrumento, hora chegava ate confundir com um só, não sou louco, a verdade é que não pareciam ser dois.
Hora ele tocava com sutileza, tranquilo, e o seu rosto me passava isto, outrora se agitava, tocava com força, também pude ler isto em seu semblante, como numa infinita viajem um solitário viajante. Mesmo quando não parecia tocava com o coração, me atrevi e coloquei a letra em sua melodia, a chamei de minha canção, e assim vou me tornando compositor, em parceria com a lua, o mar, o sol, o ar, o que se cruza em minha vista, também roubando daqui e dali os solos do pianista, nesse mundo tão esperto, temos que ser artista.
Foi simplesmente isto, um sono leve e tranquilo, de uma noite que seria agitada ao som dos sapos e dos grilos que minha mente transformou daquilo o piano e o pianista, na vida mesmo sem querer temos que ser O artista.

A dona do amor

A saudade mau deixou a despedida acontecer e já me puxou pelo braço, ciumenta como sempre,
nem deu tempo de falar no futuro, a madrugada já chegara.
Trouxe o delicado toque dos seus lábios nos meus de lembrança, mas não sei por quanto tempo ainda conseguirei senti-los, não sei por quanto tempo sentirei o seu perfume em mistura com o meu, não sei se ainda consigo sentir o soar do seu sorriso meio desajeitado de menina em meu ouvido.Não sei. E o não saber me da um vazio, ai me lembro da saudade e me rendo, peço que não me deixe, assim, pelo menos não estarei só. Como pude falar isso? Será que sou infiel a ela? Hora estou com ela, hora estou com a saudade, são sempre as duas em minha vida! Não me confunda, por favor! Meu Deus, chega de confusão, está claro! Falando baixinho pois a saudade está comigo agora e não quero magoá-la, não é dela meu amor, a dona do meu amor é a outra.